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domingo, 19 de dezembro de 2010

Secretário de educação de Porto da Folha morre em acidente

De acordo com informações do Samu, outras três pessoas ficaram feridas e foram encaminhadas para a unidade de saúde de Porto da Folha.

O secretário de educação do município de Porto da Folha, distante 190 km de Aracaju, José Francisco da Silva, faleceu na tarde deste sábado, 18, após acidente grave em Gararu, a 161 km de Aracaju. O carro que o secretário dirigia capotou e bateu em uma árvore, quatro pessoas estavam dentro. De acordo com o superintendente do Samu, José Edvaldo Santos, a vítima teve afundamento de crânio e faleceu dentro da viatura avançada do Samu que se dirigia para o Hospital de Urgência de Sergipe (Huse).

Duas pessoas sofreram escoriações leves e foram liberadas no local pelo Samu, enquanto uma terceira vítima foi encaminhada para a Unidade de Pronto Atendimento de Porto da Folha, em seguida o paciente realizou exames no hospital de Glória, mas foi liberado

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Carros pipas começam a chegar ao interior

Até agora são cinco municípios em estado de emergência por conta do período de estiagem. A defesa Civil está disponibilizando 73 caminhões-pipas
Carros-pipas chegaram nesta segunda-feira ao interior (Fotos Arquivo Infonet)
Equipes da Coordenadoria de Defesa Civil Estadual se deslocaram na manhã desta segunda-feira, 22, aos cinco municípios sergipanos que decretaram estado de emergência por conta da seca. Estão sendo disponibilizados 73 caminhões-pipas para atender aos moradores de Poço Redondo, Nossa Senhora da Glória, Gararu, Monte Alegre e Porto da Folha. Canindé do São Francisco também já deceretou emergência.

De acordo com o coordenador da Defesa Civil, major Erivaldo Mendes, os carros-pipa somente podem ser deslocados aos municípios após o órgão receber a solicitação. “Estou sabendo que o município de Canindé do São Francisco já decretou estado de emergência, mas ainda não chegou nada oficial aqui na Defesa Civil. Vamos aguardar a solicitação para enviar os
Major Mendes: "Foi feito um planejamento para a distribuição"
carros-pipa”, destaca major Mendes.

Ele explicou que existe todo um planejamento quando à distribuição de água nos municípios atingidos pela estiagem. “O planejamento é feito de acordo com a população de cada município. A distribuição está sendo feita na zona rural. Se tem uma comunidade com 100 habitantes, a distribuição será à cada cinco dias, ou seja, quanto maior o número de moradores, menor o espaço de tempo para a chegada dos caminhões-pipa”, informa o coordenador da Defesa Civil.
Por Aldaci de Souza

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Semear ódio não ajuda por Ladislau Dowbor*

Há momentos de posições declaradas. E há limites para tudo. Segundo o vídeo de Arnaldo Jabor, está sendo preparada uma ditadura, e os culpados seremos nós, se votarmos na Dilma. Isto com dramático acompanhamento musical, o Jabor parecendo aqueles antigos personagens do Tradição, Família e Propriedade dos anos 1960 anunciando a apocalipse política.
Caso mais sério, segundo a CBN, o futuro governo Dilma seria dirigido pelo José Dirceu, isto dito em tom pausado de reportagem séria. Nos e-mails religiosos aprendo que o futuro governo vai matar criancinhas. Quanto à Veja, não preciso ser informado, pois já a capa mostra um monstruoso polvo que vai nos engolir. E naturalmente, temos o aborto, último reduto da direita, instrumento político de profunda covardia, para quem sabe o que é a indústria do aborto clandestino. Aborto aliás já utilizado na campanha do Collor contra o Lula, anos atrás.
Argumentos patéticos desta mídia podem ser rejeitados como fruto de uma fase histérica de quem quer recuperar o poder a qualquer custo. Mas há uma dimensão que assusta. Muitos dos textos e vídeos exalam e estimulam um ódio doentio. E são produzidos e reproduzidos aos milhões, coisa que as tecnologias modernas permitem. Os grandes grupos da mídia, e em particular as quatro grandes famílias que os controlam, não só aderiram de maneira irresponsável à fogueira ideológica, como jogam com gosto lenha e gasolina, ainda que sabendo que se trata de comportamentos vergonhosos em termos éticos, e perigosos em termos sociais. O poder a qualquer custo, vale a pena?
Semear e estimular o ódio é perigoso. Porque com o atual domínio de tecnologias de comunicação, o ódio pode ser espalhado aos grandes ventos, e os órgãos que controlam a mídia não se privam. Espalhar o ódio pode ser mais fácil do que controlá-lo. O tom da grande mídia se assemelha de forma impressionante aos discursos às vésperas da ditadura. Que aliás foi instalada em nome da proteção da democracia. Fernando Henrique Cardoso, que não teve grandes realizações a apresentar, entregou o governo dizendo que tinha consolidado a democracia. Herança importante. Vale a pena colocá-la em risco?
O governo Lula tem méritos indiscutíveis. Abriu espaço não só para os pobres, mas para todos. À dimensão política da democracia acrescentou a dimensão econômica e social. Tornou evidente para o país que a massa de pobres deste país desigual, é pobre não por falta de iniciativa, mas por falta de oportunidade. E que ao melhorar o seu nível, pelo aumento do salário mínimo, pelo maior acesso à universidade, pelo maior financiamento da agricultura familiar, pelo suporte aos municípios mais pobres, e até por iniciativas tão elementares como o Bolsa Família ou o Luz para Todos, mostrou que esta gente passa a consumir, a estudar, a produzir mais. E com isto gera mercado não só no andar de baixo, mas para todos.
Esta imprensa que tantas manchetes publicou sobre o “aerolula”, hoje sabe que a diversificação do nosso comércio internacional, a redução da dependência relativamente aos Estados Unidos, e a prudente acumulação de reservas internacionais, que passaram de ridículos 30 bilhões em 2002 para 260 bilhões atualmente, nos protegeram da crise financeira internacional. Adquirimos uma soberania de verdade.
E no plano ambiental, só em termos da Amazônia o desmatamento foi reduzido de 28 para 7 mil quilómetros quadrados ao ano. Continua a ser uma tragédia, mas foi um imenso avanço. Realização onde o trabalho de Marina Silva foi importante, sem dúvida, como foi o de Carlos Minc. Mas foi trabalho deste governo, que nomeou na área ambiental realizadores e não ministros decorativos. E a sustentabilidade ambiental não é apenas verde. Os investimentos do PAC nas ferrovias e nos estaleiros são vitais para mudar a nossa matriz de transporte, hoje dependente de caminhões. A construção de casas dignas é política ambiental, que não pode ser dissociada do social. Os investimentos em saneamento do programa Territórios da Cidadania, em cerca de 2 mil municípios, articulam igualmente soluções ambientais e sociais, como o faz o programa Luz para Todos. Tentar dissociar o meio ambiente e o progresso social é um feito real que a direita conseguiu, divide pessoas que batalhavam juntas por um futuro mais decente. Mas é ruim para todos.
O bom senso indica claramente o caminho da continuidade, equilíbrando as dimensões econômica, social e ambiental. Absorver a dimensão crescente dos desafios ambientais, e expandir as dinâmicas do governo atual articulando os três eixos. Mas discutir isto envolveria uma campanha política em torno de argumentos e programas, onde a direita só tem a oferecer o argumento de que seria mais “competente”. O importante, é saber a serviço de quem seria esta competência.
A continuidade das políticas é vital para o Brasil. O que tem a direita a oferecer? Mais privatizações? Mais concentração de renda? Mais pedágios de diversos tipos? Leiloar o Pre-Sal? A última iniciativa do Serra foi tentar privatizar a Nossa Caixa, felizmente salva pelo governo federal. Como teria sido o Brasil frente à crise sem os bancos públicos? Os jornalistas sabem, mas quando falam, como Maria Rita Kehl, e escrevem o que sabem, são sumariamente demitidos. Que recado isto manda para o jornalismo?
A opção adotada foi bagunçar os argumentos políticos, buscar a desestabilização, assustar as pessoas, semear ódio. Qualquer coisa que tire da eleição a dimensão da racionalidade, da opção cidadã. Porque pela racionalidade, o próprio povo já sabe onde estão os seus interesses, e os resultados são evidentes. O caminho adotado é baixar o nível, sair da cabeça, ir para as tripas. Não o próprio candidato, porque este precisa parecer digno. Mas os esperançosos herdeiros de poder em torno dele, ou a própria família. O ódio que esta gente espalha está aí, palpável. E funciona. A maior vítima desta campanha eleitoral ainda pode ser o resto de credibilidade deste tipo de mídia, e os restos de ilusão sobre este tipo de política.
Eu voto na Dilma com a consciência tranquila. Fiz inúmeras avaliações de governos, profissionalmente, no quadro das Nações Unidas. E fiz a avaliação de políticas sociais do governo de FHC, a pedido de Ruth Cardoso, nas reuniões que tínhamos com pessoas de peso como Gilberto Gil e Zilda Arns. Sem remuneração, e com isenção, como o faço hoje. Eram políticas que nunca se tornaram políticas de governo, porque a base política não permitia que ultrapassassem a dimensão da boa vontade real da primeira dama. A base política do candidato Serra, desde a bancada ruralista até os negociantes das privatizações, é a mesma. E se assumir o vice, como tantas vezes já aconteceu, não será apenas um atraso generalizado para o país, será uma vergonha mundial.